segunda-feira, 20 de maio de 2013

Lugares Macabros: Sanatório de Waverly Hills.




Este é o sanatório de Waverly Hill, em Kentucky nos Estados Unidos da América.

Mas o hospital de Waverly Hill nem sempre foi assim, de facto, toda esta infra-estrutura foi erguida ao lado de um edifício muito mais pequeno que começou a ser construído em 1908 e foi inaugurado no dia 26 de Julho de 1910.

Era um edifício de apenas dois pisos que fora projetado para acolher entre 40 a 50 pessoas infectadas pela doença da tuberculose.

A tuberculose era na altura uma doença muito grave, visto que não havia cura e os antibióticos ainda não haviam sido descobertos.

Assim, as pessoas a quem era diagnosticada esta doença incurável, tinham de ser afastadas da população porque a tuberculose é altamente contagiosa. Naquele tempo, a única coisa que os médicos aconselhavam era que essas pessoas fossem movidas para um sítio calmo e com muito ar fresco onde pudessem descansar. Por isso, o edifício foi construído numa colina rodeado de florestação.

Só que a tuberculose atingiu um estado epidémico, e rapidamente o pequeno hospital ficou superlotado. Com 140 pacientes, já bem acima da lotação máxima, havia sem dúvida a necessidade de construir um hospital muito maior.

  Em Março de 1924 começa então a construção do sanatório como o conhecemos hoje. No dia 17 de Outubro de 1926 o grande hospital está pronto para começar a receber pacientes com o vírus da terrível tuberculose. Apenas pacientes com essa doença eram admitidas no sanatório, pois era esse o objectivo para o qual fora construído.

Estávamos perante um edifício de 5 andares com capacidade para acolher no mínimo 400 pessoas infectadas.

O tratamento dos doentes consistia basicamente em apanhar bastante ar fresco, mesmo em más condições meteorológicas os pacientes eram levados para um gênero de uma varanda coberta, muito descanso, ingestão de alimentos ricos em proteínas, exposição ao sol e a candeeiros de raios ultra-violeta, intervenções cirúrgicas para apertar os pulmões e injetar ar, o que permitia fechar buracos causados pela doença ou, como que numa última tentativa de salvar o paciente, eram efetuadas intervenções que consistiam na remoção das partes do pulmão infectadas, técnica mais avançada em que era necessário tirar 6 a 7 costelas do tórax do paciente. 
Enfermos.


A nível psicológico eram também tomadas algumas medidas, manter os doentes ocupados em variadas tarefas como por exemplo a tecer cestos, fazer vassouras, colchas, toalhas e outros objetos que eram depois vendidos numa pequena loja no sanatório. Os ganhos revertiam a favor da investigação da tuberculose.
Havia também várias tomadas para auscultadores, assim os doentes podiam ouvir música, notícias, ou o que lhes interessasse.
Esta era uma forma de tirar os doentes da monotonia e mantê-los ocupados com outras coisas que não a sua doença fatal. Eram igualmente confortados com palavras de esperança por parte dos médicos e das enfermeiras.

Sabe-se que foram feitas experiências em pacientes terminais, algumas das quais incluíam choques eléctricos, na tentativa de descobrir a cura para a “Praga Branca”.

Na morgue, quando não havia mais espaço, os corpos já em estado lastimável, eram pendurados de cabeça para baixo à espera de serem levados para enterro.

Ao longo dos anos, o sanatório acolheu centenas de pessoas, a maioria não sobreviveu ao que ficou conhecido como a “Praga Branca”. Estima-se que 63.000 pessoas morreram naquele hospital.

No entanto as pessoas fizeram amizades entre elas e tentava-se despertar alegria nas pessoas, apesar da situação. Haviam diversas ocupações, como por exemplo montar a cavalo e transmissão de filmes. No natal alguém fazia de Pai Natal e as crianças saiam do edifício e podiam vê-lo a rondar com as suas renas.


O hospital dispunha dos melhores médicos e enfermeiras, todo o pessoal era altamente qualificado isso fez deste o melhor hospital da tuberculose.
De facto, eles arriscavam a sua própria vida para tentar dar uma vida melhor a estas pessoas que chegavam de todo o lado. Também não podiam sair do recinto do sanatório para precaver que a doença se espalhasse, por isso ficava em casas que foram construídas para acolher médicos, enfermeiras e todo o pessoal ao serviço do sanatório.




  Ao mesmo tempo que o edifício principal estava a ser construído, foi também construído um túnel que ficou conhecido como “O Túnel da Morte”.
É um túnel com cerca de 150 metros de comprimento que vai desde o cimo da colina onde o edifício foi construído até ao vale.
O objectivo inicial era providenciar vapor aos radiadores do sanatório, por isso tinha canos que passavam através dele. Servia também de passagem ao pessoal que trabalhava no sanatório, pois no inverno fazia muito frio e isso era uma forma de se manterem quentes ao longo do percurso que tinham de fazer.

Foto actual à saída do túnel por onde eram retirados os corpos para serem entregues às suas famílias.

Mas o túnel ganhou fama porque chegou uma altura em que faleciam em média 3 pessoas por hora, assim, para os outros pacientes não verem os corpos a serem levados para serem entregues às suas famílias e posteriormente enterrados, o pessoal do hospital usava o túnel para transportar os corpos desde o edifício até cá abaixo, onde eram depois entregues diretamente aos familiares ou levados para as suas terras de comboio.
O túnel possuía degraus num dos lados para permitir a circulação do pessoal do sanatório.
 O túnel tinha uns degraus num lado esquerdo e um gênero de carris no outro. Era através dos carris que circulavam as macas que desciam auxiliadas por um sistema mecânico de ganchos que faziam assim os corpos descer até ao vale. Os carris foram entretanto retirados e já não existem nos dias de hoje.
Existe o mito de que os corpos eram literalmente atirados pelo túnel e ficavam ali em monte, mas isso não é verdade, nem sequer faz sentido.

 Consta também que no quarto 502, uma enfermeira em depressão com todas aquelas mortes cometeu suicídio, atirando-se da janela.
Diz-se também que uma outra enfermeira de nome Mary Hillenburg, se enforcou. Há no entanto quem diga que ela foi assistida no enforcamento. Ela estaria grávida de um dos médicos e terá sido vítima de um aborto mal sucedido. Ela foi encontrada enforcada num dos canos do 5º piso. Mais tarde foi também encontrado num poço o feto resultante do aborto.
Quarto 502. Onde uma enfermeira se atirou pela janela.
Com a descoberta dos antibióticos veio a cura para a tuberculose. A doença foi rapidamente erradicada e o sanatório de Waverly Hill encerrado em 1961, sendo os restantes pacientes transferidos para um outro hospital em Hazelwood que por sua vez viria também a encerrar em 1971. 
 O sanatório foi reaberto em 1962 com o nome de Woodhaven como hospital de idosos e manteve-se assim até 1981, altura em que foi novamente encerrado por alegadas acusações de abuso dos pacientes.

O exterior do sanatório atualmente.
Entretanto foi depois vendido e estaria destinado a ser transformado em prisão, só que houve protestos por parte da população e isso nunca chegou a ser uma realidade.

Depois de outros projectos que nunca chegariam a ser levados a cabo, o edifício foi vendido novamente em 2001 e é hoje propriedade privada pertencente a Charlie e Tina Mattingly, que organizam visitas guiadas ao sanatório. 
Por apenas 80 EUROS por pessoa é ainda possível passar uma noite inteira em busca de actividade paranormal no sanatório, de facto já vários investigadores e cadeias de televisão levaram a cabo vários estudos no seu interior.

Diz-se que este é o local mais assombrado de toda a América e foram já tiradas várias fotos de fantasmas, captados EVP’s e alguns vídeos em que é possível deixar mais que provado que este hospital é deveras uma fonte interminável de espíritos que vagueiam pelos seus corredores.
É muito frequente verem-se sombras a passar sem que haja alguém que origine essas sombras, por vezes paira no ar um cheiro a panquecas e pão, sem qualquer motivo.

Já foram vistos fantasmas por diversas pessoas, assim como pegadas molhadas sem que ninguém tenha passado por lá. 
Fala-se também numa menina com uma bola que assombra o edifício. Um dos guias ao fazer uma visita guiada encontrou uma bola e levou-a para outro piso, no final da visita a bola tinha desaparecido e foi mais tarde encontrada num outro local.


Muitas pessoas afirmam também ouvir vozes quando estão dentro do edifício. Frases como "Vai-te embora!" ou "Que raio de hospital é este?" foram inclusive gravadas quando era rodado o filme “O Túnel da Morte”. Um filme baseado em factos verídicos que conta a história de 5 raparigas que participam num jogo do medo durante 5 horas e que foi rodado precisamente no sanatório.
Postal ilustrado do Sanatório.
De noite, visitantes e seguranças afirmam que se acendem luzes inexplicavelmente nos quartos do hospital.
Em 2006 uma empresa instalou várias câmaras no edifício na noite das bruxas e a dado momento as câmaras captaram duas formas de criança que apareceram no corredor e desapareceram na parede.
Imagem da entrada principal atualmente.
Os mesmos relatos, as mesmas aparições são relatadas por várias pessoas, seria coincidência a mais toda a gente presenciar o mesmo tipo de fenômenos. 
Orbs (bolas de luz branca geralmente invisíveis a olho nú) são quase sempre captadas nas fotografias. Estas orbs podem conter vários espíritos que podem depois separar-se a determinada altura. 




         Um pequeno vídeo do Sanatório em 1931.


Evidências paranormais












Fotos do local atualmente:







Fotos da época de funcionamento do Sanatório:









  Algo a mais:

"O Túnel da Morte" – Um filme baseado em factos verídicos rodado no sanatório de Waverly Hills.
"Spooked - Ghosts Of Waverly Hills Sanatorium" – Um documentário com entrevistas a várias pessoas ligadas ao sanatório e fotografias de fantasmas.


Referência:
Tenhamedo

terça-feira, 14 de maio de 2013

Terror Real: Origem de "The Amityville Horror".



Dizem que toda casa tem seus segredos. Porém, nenhuma tem tantos quanto uma certa residência em Amityville, no Estado de Nova York, localizada no antigo número 112 da Ocean Avenue. A verdadeira tragédia e os supostos fenômenos que ocorreram nessa casa serviram de inspiração para diversos livros, filmes, programas de rádio, televisão e noticiários. Saiba mais sobre a "mais famosa casa assombrada dos Estados Unidos".

Em 1965 a família Defeo comprou uma bela e grande casa na Avenida Ocean, onde tinham a esperança de viverem bem e confortavelmente por muito tempo, infelizmente a alegria dessa família não durou, pois mal sabiam que um assassino morava junto com eles.Em 1965 a família Defeo comprou uma bela e grande casa na Avenida Ocean, onde tinham a esperança de viverem bem e confortavelmente por muito tempo, infelizmente a alegria dessa família não durou, pois mal sabiam que um assassino morava junto com eles.

Os 5 irmãos DeFeo.



  Ronald “Butch” Júnior era o mais velho de cinco irmãos e também o mais problemático, pois tinha envolvimento com drogas e às vezes cometia pequenos furtos para sustentar seu vício. Por esse mau comportamento, as brigas entre ele e seu pai (Sr. Ronald DeFeo) eram comuns.
  Contudo, no dia 13 de Novembro de 74, Ronald, por um motivo desconhecido, resolveu matar todos os membros de sua família. Ele pegou uma carabina e atirou duas vezes contra seus pais. Logo em seguida foi ao quarto de cada um dos seus irmãos e disparou contra eles também. Para finalizar assassinou as outras duas irmãs. Tudo isso foi feito enquanto todos dormiam e por algum motivo estranho ninguém acordou com os disparos. Outro fato interessante é que todos forram colocados de bruços antes de serem atingidos.

Sabendo que acabaria na cadeia, Ronald pediu ajuda a seus amigos para que mentissem em seu favor de modo a criar um álibi. Mas a arma do crime e outras coisas que o culpavam pelo ato foram encontradas e ele acabou indo a julgamento, onde confessou os crimes: “Começou tudo muito rápido. Assim que comecei, não consegui parar. Foi tudo muito rápido”.



Ronald ainda declarou: “Eu não matei a minha família, eles iam me matar. O que eu fiz foi em autodefesa e não há nada de errado com isso. Quando tenho uma arma na mão, não há dúvida nenhuma sobre quem eu sou. Eu sou Deus.”  Ronald “Butch” Júnior foi a julgamento, onde acabou confessando seus crimes e alegando autodefesa, porém mesmo assim acabou sendo condenado a mais de 100 anos de prisão.

Ronald sendo preso.

   Mesmo com o crime resolvido, algumas questões ainda ficaram em aberto, pois suspeita-se que a irmã mais velha de Ronald, Dawn, tenha ajudado a matar seus familiares, para que os dois ficassem com o dinheiro da família, pois segundo relatos os dois praticavam incesto.
Essa suspeita surgiu quando foi encontrado um rastro de pólvora nas roupas dela. Isso faz com que o crime tenha sido planejado. Nesse caso é um mistério seu irmão tê-la matado. Acredita-se que o assassinado de Dawn fora motivado pelo egoísmo de seu irmão mais velho, pois assim ele ficaria com todo o dinheiro e ainda se livraria de uma testemunha.
  Uma questão relevante é o porquê que seus irmãos não fugiram, após os primeiros disparos que vitimaram seus pais. Existem várias teorias sobre isso, no entanto a mais provável é que as crianças tenham sido forçadas a ficarem deitadas, assim Ronald conseguiu matar todos em suas camas, como se eles estivessem dormindo na hora que morreram.

Arma usada no crime.

  Um mistério muito grande envolvendo esse crime é que os vizinhos não foram capazes de ouvir nenhum disparo, algo que é estranho, pois a carabina que foi utilizada era extremamente barulhenta e a casa dos vizinhos era próxima. A possibilidade de algum tipo de silenciador ter sido usado também foi descartada pelas investigações. Essa é uma grande questão em aberto, pois mais de 10 tiros foram disparados e os vizinhos disseram no depoimento estarem em casa, dessa maneira eles deveriam ter ouvido algum dos tiros, mas por alguma razão inexplicável eles não ouviram…
Parece que a casa número 112 da Avenida Ocean não era um local dos mais acolhedores, porém depois dos crimes a residência se tornou ainda pior.
Apesar do crime, a casa foi vendida logo após o acontecido, em dezembro de 1975, para a família Lutz, que era composta por George e Kathleen, além de seus três filhos.
Os Lutz diziam não estarem incomodados com o que ocorreu na casa, mas logo que começaram a viver lá levaram um padre para benzer a residência. Durante a benção, o padre afirma ter ouvido uma voz, que dizia para irem embora, porém ele não relatou isso a família inicialmente, apenas recomendou que eles não usassem o quarto onde o fenômeno havia ocorrido.
Mesmo com a benção, a família não conseguiu viver e abandonou a residência apenas 28 dias após terem entrado nela, pois muitas coisas estranhas atormentavam a todos, como gritos, som de tiros e aparições de fantasmas.





Sem uma família vivendo no local, vários caça fantasmas iniciaram suas investigações no local e diversos fenômenos sobrenaturais foram documentados na casa. O acontecimento mais famoso foi registrado em foto, onde se pode ver claramente uma criança espiando o fotógrafo de um dos quartos, foto esta que você vai ver no fim do texto se tiver coragem.
Após tudo isso, a casa ficou muito famosa e diversas pessoas iam até lá para visita-la. Dessa maneira ela teve que passar por reformas para perder a aparência que todos conheciam. Hoje a fachada está bem diferente do que era na época do crime.
Antes e depois.



Após os fatos ocorridos fizeram um livro e dois filmes sobre sua tenebrosa história.


(1977)                                  (1979)                                    (2005)                               


segunda-feira, 13 de maio de 2013

A verdadeira história de "O exorcismo de Emily Rose".


Para a surpresa de muitos, a história que conta o filme "O exorcismo de Emily Rose" foi real, talvez não da mesma forma que contou no filme, mas aconteceu, e abaixo você terá detalhes sobre esse fato.

O Exorcismo de Emily Rose: verdadeira história.




Anneliese Michel nasceu em Leiblfing, no estado federal alemão da Baviera, mas foi criada com as suas três irmãs no pequeno município de Klingenberg am Main. Seus pais, Anna e Josef Michel, muito religiosos, lhe deram uma educação profundamente católica. O pai de Anneliese mantinha a família trabalhando em uma serraria. Quando tinha dezesseis anos, Anneliese sofreu uma grave convulsão e foi diagnosticada com epilepsia. Logo, ela também começou a alucinar enquanto rezava. Em 1973, ela sofria de depressão e começou a ouvir vozes dizendo que diziam que ela estava "condenada" e que iria "apodrecer no inferno".
Em 1973, Anneliese estava sofrendo de depressão e considerando o suicídio. O seu comportamento tornou-se cada vez mais bizarro. Ela andava nua pela casa, fazia suas necessidades em qualquer lugar, rasgava suas roupas, comia insetos como moscas e aranhas, carvão e chegou a lamber sua própria urina.



Tratamento psiquiátrico


Depois de ser admitida em um hospital psiquiátrico a saúde de Anneliese não melhorou. Além disso, sua depressão começou a se aprofundar. Ela começou a ficar cada vez mais frustrada com a intervenção médica, que não melhorava a sua condição. Em longo termo, o tratamento médico não foi bem sucedido, seu estado, incluindo a sua depressão, agravaram-se com o tempo.
Tendo centrado toda a sua vida em torno da fé católica, Anneliese começou a atribuir sua condição psiquiátrica à possessão demoníaca. Anneliese tornou-se intolerante à lugares e objetos sagrados, comocrucifixos, que contribuiu ao que achavam ser possessão demoníaca. Ao longo do curso dos ritos religiosos Anneliese sofreu muito. Foram prescritos a ela medicamentos antipsicóticos, que ela pode ou não ter parado de tomar.
Em junho de 1970, Anneliese sofreu uma terceira convulsão no hospital psiquiátrico, neste momento foi prescrito pela primeira vez anticonvulsivantes. O nome desta droga não é conhecido e não trouxe alívio imediato aos sintomas de Anneliese. Ela continuou falando sobre o que ela chamou de "faces do diabo", vistas por ela durante vários momentos do dia. Anneliese ficou convencida de que a medicina convencional era de nenhuma ajuda. Acreditando cada vez mais que sua doença era um tipo de distúrbio espiritual, ela recorreu à Igreja para que a exorcisassem. Naquele mesmo mês, lhe foi prescrita uma outra droga, Aolept (pericyazine), que é uma fenotiazina com propriedades gerais semelhantes às da clorpromazina: pericyazine é usado no tratamento de psicoses diversas, incluindo esquizofrenia e distúrbios de comportamento.
Em novembro de 1973, Anneliese iniciou o tratamento com Tegretol (carbamazepina), que é uma droga antiepiléptica. Anneliese tomou o medicamento com frequência, até pouco antes de sua morte.





O exorcismo

Anneliese fez uma peregrinação a San Damiano com um bom amigo da família, Thea Hein, que regularmente organizava peregrinações para "lugares santos" não reconhecidos oficialmente pela Igreja Católica. Como Anneliese era incapaz de passar por um crucifixo e se recusava beber a água de uma nascente sagrada, seu acompanhante concluiu que ela estava sofrendo de possessão demoníaca. Tanto Anneliese quanto sua família se convenceram de que ela estava realmente possuída e consultaram vários sacerdotes, pedindo um exorcismo. Os sacerdotes se recusaram, recomendaram a continuação do tratamento médico e informaram à família que para a realização de exorcismo era necessária a permissão de um bispo. Eventualmente, em uma cidade próxima, se depararam com vigário Ernst Alt, que, depois de ver Anneliese, declarou que ela não "parecia uma epiléptica" e que ele não a via tendo convulsões. Ele acreditava que a menina estava sofrendo uma possessão demoníaca. Alt pediu ao bispo para permitir um exorcismo. Em setembro de 1975, o bispo Josef Stangl concedeu uma permissão ao Padre Renz para exorcizar Anneliese de acordo com o Rituale Romanum de 1614, mas ordenou total sigilo sobre o caso. Renz realizara a primeira sessão em 24 de setembro.
Uma vez convencidos de sua possessão, Anneliese, seus pais e os exorcistas pararam de procurar tratamento médico e colocoram seu destino nas mãos apenas dos ritos de exorcismo. Sessenta e sete sessões de exorcismo, uma ou duas por semanas, com duração de até quatro horas, foram realizadas durante cerca de 10 meses em 1975 e 1976. Em algum momento, Michel começou a falar cada vez mais sobre a morte para expiar a juventude rebelde do dia e os padres apóstatas da igreja moderna e se recusou a comer. A pedido da própria Anneliese, os médicos não estavam mais sendo consultados.




A Virgem Maria e Anneliese


Durante o tratamento, em um sonho Anneliese caminhou até o jardim e avistou uma imagem que ela dizia ser a Virgem Maria, na história ela teria recebido uma proposta da Virgem Maria, ela teria opção de se libertar dos demônios que possuiam o corpo dela, ou enfrentar seu destino e perder a vida.

" Anneliese optou pelo martírio voluntário, alegando que seu exemplo enquanto possessa serviria de aviso a toda a humanidade de que o diabo existe e que nos ronda a todos, e que trabalhar pela própria salvação deve ser uma meta sempre presente. Ela afirmava que muitas pessoas diziam que Deus está morto, que haviam perdido a fé, então ela, com seu exemplo, lhes mostraria que o demônio age, e independe da fé das pessoas para isso."



O fim de sua luta.


Em 1 de julho de 1976, no dia em que Anneliese teria predito sua liberação, morreu enquanto dormia. À meia-noite, segundo o que afirmou, os demônios finalmente a deixaram e ela parou de ter convulsões. Anneliese foi dormir exausta, mas em paz, e nunca mais acordou, falecendo aos 23 anos de idade. A autópsia considerou o seu estado avançado de desnutrição e desidratação como a causa de sua morte por falência múltipla dos órgãos. Nesse dia, o seu corpo pesava pouco mais de trinta quilos.


Julgamento

Logo após  a morte de Anneliese, os padres Ernest Alt e Arnold Renz comunicaram a morte às autoridades locais que, imediatamente, abriram inquérito e procederam às investigações preliminares.
Os promotores públicos responsabilizaram os dois padres e os pais de Anneliese de homicídio causado por negligência médica. O bispo Josef Stangl, embora tivesse dado a autorização para o exorcismo, não foi indiciado pela promotoria em virtude de sua idade avançada e seu estado de saúde debilitado, vindo a falecer em 1979. Josef Stangl foi quem consagrou bispo o padre Joseph Ratzinger, que no futuro se tornaria o Papa Bento XVI.
O julgamento do processo, que passou a ser denominado como o Caso Klingenberg (em alemão: Fall Klingenberg), iniciou-se em 30 de março de 1978 e despertou grande interesse da opinião pública alemã. Perante o tribunal, os médicos afirmaram que a jovem não estava possuída, muito embora o Dr. Richard Roth, ao qual foi solicitado auxílio médico pelo padre Ernest Alt, teria feito a afirmação à época que não havia medicação eficaz contra a ação de forças demoníacas.
 Segundo Elbson do Carmo, após a morte  de Anneliese,  “seus pais foram indiciados por homicídio culposo e omissão de socorro, e os dois padres exorcistas Ernst Alt e Arnold Renz sofreram as mesmas acusações.




Áudio original no exorcismo.






Legado

Em 1999, na cidade do Vaticano, o Cardeal Jorge Medina Estevez apresentou aos jornalistas a nova versão do Rituale Romanum, que vinha sendo usado pela Igreja Católica desde 1614. A nova versão, escrita em latim em 84 páginas com encadernação de couro carmim, veio depois de mais de dez anos de estudos e é denominada De exorcismis et supplicationibus quibusdam (em português: "De todos os gêneros de exorcismos e súplicas"). O Cardeal Estevez afirmou, durante a divulgação do rito reformado, que "a existência do demônio não é um ponto de vista, algo no qual se possa decidir acreditar ou não". O Papa João Paulo II aprovou o novo rito de exorcismo que agora é adotado em todo o mundo católico. 

Segundo o Cardeal Jacques Martin, ex-administrador da Casa Pontifícia, em seu livro My Six Popes, o próprio Papa João Paulo II teria realizado um exorcismo em 1982, expulsando um demônio de uma mulher italiana que lhe fora trazida contorcendo-se, gritando e lançando-se ao chão. O Papa João Paulo II teria ministrado ainda dois outros exorcismos durante o seu pontificado.
Nos dias atuais, o túmulo de Anneliese Michel em Klingenberg am Main tornou-se um local de peregrinação para os cristãos que a consideram uma devota que experimentou extremos sacrifícios em um martírio voluntário para possibilitar a salvação espiritual de muitos.
  Depois de uma missa dominical, ao lado do padre Bob Meets, Anna, a mãe de Anneliese, fez recentemente uma de suas poucas e breves declarações a imprensa: – “Não me arrependo do que fizemos, era o que tínhamos para combater aquele mal”. Apesar de ser um bom filme, “O Exorcismo de Emily Rose” desvia-se da verdadeira história de Anneliese.





Nos dias atuais, o túmulo de Anneliese Michel em Klingenberg am Main tornou-se um local de peregrinação para os cristãos que a consideram uma devota que experimentou extremos sacrifícios em um martírio voluntário para possibilitar a salvação espiritual de muitos.



Referências
Isso dá medo